Brisa
Edir Pina de Barros
Eu não sou ilha, ainda que assim queiras,
também, não sou teu mar, nem continente
porque sou brisa – passo de repente –
não tenho bordas, não, nem mesmo beiras.
E se me queres, nunca estou presente,
porque, na brisa, não se põe coleiras,
nem peias, nem correntes, nem fronteiras,
mas sempre estou contigo, mesmo ausente.
Eu sou, apenas, uma vã quimera,
estou ausente, quando mais se espera
e nada me retém, nem os penedos.
Ah! Meu amado! Não se prende brisa,
porque é incorpórea, fluida, sem divisa
e escapa sempre pelos vãos dos dedos.
Brasília, 28 de Março de 2016.
Lira insana, 2016: pg. 37
Edir Pina de Barros
Eu não sou ilha, ainda que assim queiras,
também, não sou teu mar, nem continente
porque sou brisa – passo de repente –
não tenho bordas, não, nem mesmo beiras.
E se me queres, nunca estou presente,
porque, na brisa, não se põe coleiras,
nem peias, nem correntes, nem fronteiras,
mas sempre estou contigo, mesmo ausente.
Eu sou, apenas, uma vã quimera,
estou ausente, quando mais se espera
e nada me retém, nem os penedos.
Ah! Meu amado! Não se prende brisa,
porque é incorpórea, fluida, sem divisa
e escapa sempre pelos vãos dos dedos.
Brasília, 28 de Março de 2016.
Lira insana, 2016: pg. 37