um pouco de amor

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um pouco de amor é como a água, como o pão

e eu sofro, eu sangro, por não saber amar.

invento um céu, que não é céu; um mar, que não é mar

e nem claros são os brilhos da minha ilusão.

morro, por não saber amar, em solidão

na treva, na lama, no gelo, a cantar

sem voz as noites, as noites mortas de luar

quando a alma, se a tenho, é templo caído ao chão.

um pouco de amor. só uma gota ao lábio duro

que eu vago, eu mirro, nos areais do futuro

nómada sem destino, sem pernas, sem sorte.

é como a água, como o pão, um pouco de amor.

se o fado meu é jejum, se eu vivo por favor,

eis aqui os pulsos, eis, ó gadanha da morte!

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Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 28/03/2016
Reeditado em 28/03/2016
Código do texto: T5587711
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