CAMPO SANTO

O vento varre as campas tão desertas,

Fazendo soluçar folhas ao chão;

Por entre covas, inda semiabertas,

Uma mudez de aguda solidão...

E, ciente que nas horas mais incertas,

O agror pode parar um coração,

A morte, sem fazer muitos alertas,

Espreita no afã de entrar em ação...

Num galho dum cipreste a balançar,

A coruja, num funéreo lamentar,

Seu cântico noturno inda murmura

E logo as carpideiras num cortejo

Invadem as ruas com seu murmurejo,

Em busca de uma nova sepultura...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 28/03/2016
Reeditado em 28/03/2016
Código do texto: T5587323
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