CAMPO SANTO
O vento varre as campas tão desertas,
Fazendo soluçar folhas ao chão;
Por entre covas, inda semiabertas,
Uma mudez de aguda solidão...
E, ciente que nas horas mais incertas,
O agror pode parar um coração,
A morte, sem fazer muitos alertas,
Espreita no afã de entrar em ação...
Num galho dum cipreste a balançar,
A coruja, num funéreo lamentar,
Seu cântico noturno inda murmura
E logo as carpideiras num cortejo
Invadem as ruas com seu murmurejo,
Em busca de uma nova sepultura...