O ENÉSIMO

O ENÉSIMO

Parara de contar, perdera a conta;

Tão indiferenciável que era já.

Amara e desamara em hora má,

Sob pena de tornar-se piada pronta.

Ia por rumo: O que o nariz aponta!

Tonto co’os tombos que essa vida dá...

E busca, tanto aqui quanto acolá,

Outro tonto a quem sua história conta.

Não. Aquele ali não fora o primeiro,

Tal como não será o derradeiro,

A conquistar o que veio a perder.

Sem embargo, a verdade é que ‘inda dói.

E quanto resta agora ao nosso herói

É sempre a mesma angústia reviver.

Betim – 12 06 2011