Quero teu crime, meu!

Quero teu crime, meu e que seja proibido,

Esse que se arma de frisson e de excitação,

Esse sem razão e que importuna o gemido,

Ilícito a ponto de faz corpo inerte ao chão.

Quero teu crime, meu; um crime perfeito,

Meus olhos fechados e quase sem respirar,

Sem nenhuma pena, nenhum preconceito,

E sem nenhum dolo, me faça em ti apresar.

O teu crime quero, isenta da culpabilidade,

E sem lei tome-me, me faça tua por direito,

Aproprie-se do meu chão, meu teto e leito.

Quero teu crime, meu, amante, cumplicidade,

Jacule por todo meu ser as balas do deleite,

Possua-me, algeme-me, liberte o meu aceite!

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 27/03/2016
Código do texto: T5586850
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