Quero teu crime, meu!
Quero teu crime, meu e que seja proibido,
Esse que se arma de frisson e de excitação,
Esse sem razão e que importuna o gemido,
Ilícito a ponto de faz corpo inerte ao chão.
Quero teu crime, meu; um crime perfeito,
Meus olhos fechados e quase sem respirar,
Sem nenhuma pena, nenhum preconceito,
E sem nenhum dolo, me faça em ti apresar.
O teu crime quero, isenta da culpabilidade,
E sem lei tome-me, me faça tua por direito,
Aproprie-se do meu chão, meu teto e leito.
Quero teu crime, meu, amante, cumplicidade,
Jacule por todo meu ser as balas do deleite,
Possua-me, algeme-me, liberte o meu aceite!
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/