A CIGANA
 
inda moço, no inicio da amargura
Pegou-me a mão uma jovem cigana
E disse: - o que vejo não me engana;
-Hás de encontrar tua alma gêmea e pura!
 
Nunca vira assim tanta formosura...
Só que eu, desde o berço, em procura insana
Buscara, aqui, a perfeição humana
E nunca cri em fado de ventura!
 
O tempo passou... Findou-se a esperança,
Mas aquele rosto na lembrança
Desde então toda a minha alma flagela!
 
E só agora entendi com clareza
Que nada é por acaso e com certeza
A linda cigana me dizia dela...!
 
Imagem:Google
Som: Nostalgia ( Gardel e Le Pera)
Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 27/03/2016
Reeditado em 28/04/2020
Código do texto: T5586691
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