Pedaço de jornal
E uma convulsão no pensamento,
A imaginação em loucos ataques,
Eu; isenta de nenhum argumento,
E a minha mente com piripaques.
Olhos num abre e cerra medonho,
E o semblante com a figura pateta,
A boca em meia lua, jeito risonho,
Prepara-se para dar a luz, o poeta.
E palavras se chocam, todas ao léu,
Encostam-se e vão se acomodando,
E o quebra-cabeça vai se formando.
Tão sem estruturas, caneta e papel,
O poema se pare, em parto normal,
Com carvão em um pedaço de jornal.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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