RECORDOS

RECORDOS

Quando viemos aqui, era novembro...

Éramos bem mais jovens, mas mais sós.

Por entre luz e sombra, andamos nós

Desmoronando todo ao que relembro.

Arrepia-me cada fibra, cada membro,

Quão seguros e cegos atam nós.

Como augúrio de tudo que houve após

À ocasião, as mãos dadas remembro...

Um desastre buscado alegremente,

Mergulhando em ti como se somente

A tua boca, o corpo e o coração!

Vejo hoje que meu fado era perder-me

Já nem sei quem eu sou... Quiçá um verme!

Pois, sem ti, este abismo não tem chão...

Belo Horizonte - 18 03 2010