SONETO DE UM SOLITÁRIO

Permanece como réu, imoto

a respiração sem equação

em silêncio o ego e emoção

como em oração fiel devoto

O lamento que acolhido na mão

chora suor do quesito remoto

a lágrima se imerge num arroto

dos soluços surdos do coração

Como centro de tudo, a solidão

que desorienta e se faz ignoto

o olhar, largado na escuridão

Seja breve e renovado broto

que renasça após a oblação

o abraço que se fez semoto

(traga convívio pro ermitão)

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

26/03/2016, 23'04" – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 27/03/2016
Reeditado em 02/11/2019
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