Manha no café da manhã

Em lençóis se faz ali mesa posta,

A chama acesa, fervente em nós,

Os desejos tomados em resposta,

Cheiro instigante; baralha-se após.

Café e beijos, copos de pele macia,

Corpos esfregam; manteiga no pão,

Em deleite, o leite não se arrefecia,

Doce e gostoso, uma talha na mão.

Xícara mexida, da colher ao fundo,

Mexe, mexe e o sabor vem à tona,

Soados, enchidos, nocaute na lona.

Quatro paredes se tornam mundo,

Manha e manhã, termos sem nexo,

A fome se sacia num ato complexo.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 26/03/2016
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