Manha no café da manhã
Em lençóis se faz ali mesa posta,
A chama acesa, fervente em nós,
Os desejos tomados em resposta,
Cheiro instigante; baralha-se após.
Café e beijos, copos de pele macia,
Corpos esfregam; manteiga no pão,
Em deleite, o leite não se arrefecia,
Doce e gostoso, uma talha na mão.
Xícara mexida, da colher ao fundo,
Mexe, mexe e o sabor vem à tona,
Soados, enchidos, nocaute na lona.
Quatro paredes se tornam mundo,
Manha e manhã, termos sem nexo,
A fome se sacia num ato complexo.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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