Kuka na koncretude

Noite de pesadelos, cacos dos dias

Essa ave-cadáver mal distribuída

Nesse tempo-estado das eras idas

Tanto no império quanto na abadia

Dita-se o refrão com a adaga fria

Defunto defumado entre papoulas

Sem carabina, jazigo ou ceroulas

Inalando a napalm que jaz esfria

Vê-se a procissão. Ó uivo do gado!

Gado-gordo ao léu, jaz assassinado

No estribilho obscurus dos cortejos

Também obscuro, poeta, ego e putas

Nesse meio de corvos e de cômputos

Farpas do concreto armado no soneto

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 26/03/2016
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