PESADELO

Eu saco o meu revólver desse coldre,

e miro bem na fuça do sujeito;

abaixo a mira, agora eu miro o peito,

tô a ponto de mandá-lo para o odre.

E, antes disso tudo feder a podre,

vou me mexendo abrupto nesse leito;

e me acordando estranho desse jeito,

com certo augúrio, ou sei lá o quê, sobre

o pesadelo horrível que ora tive.

Mas como o bem padece, e sobrevive;

também sobrevivi, pesar dos danos.

Agora, vou à seara, acendo velas...

Pra me livrar de tantas querelas,

e que está atrapalhando os meus planos.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 25/03/2016
Código do texto: T5584651
Classificação de conteúdo: seguro