O BANQUETE DOS INOCENTES
Em Sexta-feira Santa 2016
“Je suis innocentes”
Qual alimento ignóbil sobre a mesa,
Exposto nela p´ la aridez das mentes,
É servido o banquete dos inocentes
Regado pelo sangue da malvadeza.
Ceifam-se no terreno com crueza
Aquelas vidas, na vida emergentes,
Pela acção de tiranos prepotentes
Dissimulados pela vil torpeza.
Os heróis d´ outrora iam a combate,
De um lado a espada, do outro o estandarte,
Lutando frente a frente em toda a parte;
Os heróis de hoje, vermes da arrogância,
Combatem mascarados e à distância
Por uma causa abjecta e sem substância…
Banquete vergonhoso, sem tom nem som,
Em que todos alinham em contramão
Num esvaziamento de alma e de coração.
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA