SEMPRE
Haverá sempre luz em nossas noites,
ainda que o dia se mostre descorado,
submissas pelas agruras dos açoites,
brilharão nossas almas ante o nublado.
Haverá sempre afeto em nossos gestos,
ainda que os afagos se mostrem prestos,
mãos termas entrelaçadas sob sua mesa,
escreverão silenciosas no ar essa certeza.
Haverá sempre volúpia em nossos beijos,
ainda que longe, se não toquem os lábios,
estarão túmidos, envolvidos de desejos.
Haverá sempre o caminho à nossa frente,
ainda que por passos lentos, mas sábios,
caminharão nele os nossos pés, sempre.