CRONÔMETRO
Sequer eu vi o tempo que por mim passou brejeiro...
Traiçoeiro, malogrado, prometeu não me levar
Assim como às todas horas dum novo tempo alvissareiro
Um só instante em que eu pudesse nele, enfim, acreditar
Que é tangível na impermanência da vertente corredeira
De todo tempo que só passa mas insiste em ficar
Mesmo que me fosse ele tênue rima passageira
Da poesia!-o abstrato do meu tempo eternizar.
Abriu-se a tenra rosa no frescor da madrugada
Novo viço em menina, já cor- de- rosa em regressão...
Foi o tempo acionado no cronômetro da alvorada
À enluarada noite alta, sempre hora em prontidão.
De repente o presente é tempo cronometrado
Ao passado, novo repente é rima de velha canção.