O CANGACEIRO

O CANGACEIRO

Égua branca com sela de bom couro

E, em jaez de bronze, o signo-salomão.

Vai a galope sem temor senão

De topar com tocaia ao varadouro.

Tem estribo de prata; dente de ouro.

Usa arreio trançado mais gibão.

Avança na caatinga, corre chão...

Por se deixar um nome duradouro.

Traz a repetição já municiada

Pronta para em qualquer encruzilhada

Trocar com a volante muitos tiros.

E depois abalar pelos abismos

Perfumado co'os óleos dos batismos,

Que lhe fechou o corpo com suspiros.

Betim - 22 03 2016