Queixume
Edir Pina de Barros
Ai! Essa dor que eu finjo que não dói,
que escondo nos porões da intimidade
e, às vezes, vem à tona e, assim, me invade,
destila uma acidez que me corrói.
E quanto mais a nego, mais destrói
a minha paz e luz, serenidade,
sem nada que a esvaneça ou a degrade,
com suas garras finas tudo mói.
Ah! Dor! Podias, sim, passar, de fato,
deixar os meus porões e o meu substrato,
virar um passarinho, um beija-flor.
Não vês que dentro em mim fizeste ninho
e que, tão só, aos poucos me definho,
carente de algum gesto de candor?
Brasília, 22 de Março de 2016.
Lira insana, 2016: pg.40
Edir Pina de Barros
Ai! Essa dor que eu finjo que não dói,
que escondo nos porões da intimidade
e, às vezes, vem à tona e, assim, me invade,
destila uma acidez que me corrói.
E quanto mais a nego, mais destrói
a minha paz e luz, serenidade,
sem nada que a esvaneça ou a degrade,
com suas garras finas tudo mói.
Ah! Dor! Podias, sim, passar, de fato,
deixar os meus porões e o meu substrato,
virar um passarinho, um beija-flor.
Não vês que dentro em mim fizeste ninho
e que, tão só, aos poucos me definho,
carente de algum gesto de candor?
Brasília, 22 de Março de 2016.
Lira insana, 2016: pg.40