ORTOGONAL

ORTOGONAL

Nem o prumo do metro mais heroico;

Nem o esquadro das rimas encadeadas;

Ou buscar em remotas coordenadas,

Ou escavar ao horizonte mesozoico.

Não se poeta senão por paranoico

Co'a retidão de escolhas tão erradas,

Ao fazer retilíneas vãs jornadas,

E em dura lei mais douto um verso estoico.

Contudo, estabeleça os paralelos

E, perpendicular, se cruze os dedos,

Devesdando do espírito os segredos.

Lamentaria se fossem bons e belos,

Pois, se sua verdade não for reta,

De que valem os versos do poeta?

Contagem - 12 02 2012