Pacto
Estrada enluarada, terra em prata,
Da noite a então rotunda esposa brilha
E o uivo que trauteia uma matilha
Mescla-se ao assobio sobre a mata.
O vulto corcoveia ante à vasilha
E dá-lhe uma fungada longa e grata.
Carneiro, hidromel, bálsamo e tomata
E um farto ramalhete de baunilha.
A esquálida mão rubra e cadavérica
Se apossa da oferenda, e a natureza
Relincha cacofônica—histérica—
Pois fauna e flora sabem que um campônio
Requer fama, fortuna e eterna Alteza
E fecha seu contrato co' o Demônio.