UNS PERRENGUES
UNS PERRENGUES
Foi quando eu decidi fazer caminho
E fui, estrada afora, dar no mundo...
No afã de conhecer-me, fui mais fundo,
Sonho e memória pondo em torvelinho.
Com muito pouco, quase que mesquinho,
A juntar meus vinténs de vagabundo,
Tinha um gozo absoluto, sem-segundo,
Sempre que ia seguir por aí sozinho.
Sem ter para um café, sento-me à mesa;
Pernoito em gares como se de trem
Fosse ainda baldear e ir mais além...
Dias de desconforto e de incerteza,
Nos quais estive perto de mim mesmo
Na liberdade plena de andar a esmo.
Betim – 21 03 2016