EU e eu...
Entrego-me a poesia, fujo em mim
E a qualquer lugar e tempo, eu me levo
Procuro um, encontro dois: Nativo e servo
Mas recamando com adubo um só jardim...
Enquanto um se esguia fora aos confins
O outro foge para dentro... Eu observo
E o que une um ao outro seja um verso
Neste silencioso tom de cor marfim...
Quem reverbera na baqueta do grafite
O som imóvel do (uni)verso sem limite
Vai musicando ao coração, a mente guia...
Se Eu e eu são dois, no claro e no escuro
Um só se esconde com receio do futuro
Mas, sempre o outro busca luz na poesia...
Autor: André Luiz Pinheiro
09/03/2016
ASSIM SOU
Sem certezas ou destrezas esperadas
Sem destrezas ou espertezas desejadas
Sem espertezas ou durezas negadas
Sem durezas ou asperezas empregadas
Sem asperezas ou rudezas engajadas
Sem rudezas ou belezas alcançadas
Sem belezas ou certezas encontradas
ASSIM SOOU
Entre longos momentos a poesia se criou
Entre mudos pensamentos a poesia se gerou
Entre insanos tormentos a poesia se findou
Entre cálidos sentimentos a poesia se estruturou
Entre secos sedimentos a poesia se fartou
Entre puros contentamentos a poesia se mirou
Entre afáveis condensamentos a poesia se aprofundou
ASSIM VOU
Sendo fonte e enfrentamento sem nada esperar
Sendo medo e fortalecimento sem nada lucrar
Sendo memória e esquecimento sem nada anotar
Sendo pedra e apedrejamento sem nada opinar
Sendo cria e acasalamento sem nada recriar
Sendo caminho e distanciamento sem nada alcançar
Sendo espinho e florescimento sem nada deixar
ASSIM DOU
Observando a quem e por quem devo auxiliar
Aquecendo por quem e de quem levo sonhar
Entristecendo de quem em quem elevo alcançar
Emudecendo em quem à quem relevo pulsar
Tecendo à quem com quem atrevo pisar
Amadurecendo com quem mais quem entrevo usar
Temendo mais quem a quem descrevo pulsar
ASSIM VOOU
Por sorte, a morte de quem nada soube do voar
Por morte, o norte de quem nada soube do amar
Por norte, o porte de quem nada soube do pensar
Por porte, o corte de quem nada soube do cala
Por corte, o forte de quem nada soube do falar
Por forte, o exorte de quem nada soube do olhar
Por exorte, o aporte de quem nada soube do mirar
Por aporte, a sorte de quem nada soube do ocultar
(Mais uma vez esperadamente surpreendente e de nível metafísico que nos acolhe e incita à reflexão.
Nova gratidão.
Com "A" de Afeto, RLessa.