Abstratos de mim
Das curvas da aurora aos precipícios da noite,
Vivo a ti procurar em mim._ Olha que eu acho!
Pensamentos borbulhantes faz o desejo afoite,
E em um querer sentido o anseio se revela laxo.
A cada poema que para ti escrevo nele me noto,
Impregno os versos de poros, no respirar do ato;
Sou-me nas letras, em emoção visceral me coto,
Deixo-me imprimida, meus fragmentos não cato.
E todos eles são para ti, eu escorrida, eu extrato,
Então aporto em ti, saio da deriva para o teu cais,
Abstratos de mim fluem pela tez em feitios reais.
E já quase concreto, sinto arrepios, de ti retrato,
A página de mim se torna poesia em teus dedos,
Entrego-me, revelo-te em grafite meus segredos.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/