Abstratos de mim

Das curvas da aurora aos precipícios da noite,

Vivo a ti procurar em mim._ Olha que eu acho!

Pensamentos borbulhantes faz o desejo afoite,

E em um querer sentido o anseio se revela laxo.

A cada poema que para ti escrevo nele me noto,

Impregno os versos de poros, no respirar do ato;

Sou-me nas letras, em emoção visceral me coto,

Deixo-me imprimida, meus fragmentos não cato.

E todos eles são para ti, eu escorrida, eu extrato,

Então aporto em ti, saio da deriva para o teu cais,

Abstratos de mim fluem pela tez em feitios reais.

E já quase concreto, sinto arrepios, de ti retrato,

A página de mim se torna poesia em teus dedos,

Entrego-me, revelo-te em grafite meus segredos.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 20/03/2016
Código do texto: T5579817
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