Soneto de Arvers *
Meu segredo guardado a sete chaves
Dilacera este coração sensível
Voando sobre nuvens tal qual ave
Por causa de um amor inconcebível
Oh doce musa de meus devaneios
Que jamais percebe a minha presença
Busco com obsessão todos os meios
De lhe chamar a atenção e a sua anuência
Enquanto passa, segura de si
Aqui na tela do computador
Num desfile suavemente sensual
Sem ao menos respirar para mim
Sem se preocupar com a minha dor
Ah, quem será esta mulher virtual?
J Estanislau Filho.
* Este meu soneto foi Inspirado no soneto de Arvers: Alexis-Félix Arvers (Paris, 23 de julho de 1806 – Cézy, 7 de novembro de 1850) foi um poeta e dramaturgo francês, que ficou mundialmente conhecido por um soneto, o "Soneto de Arvers", o qual inspirou diversas traduções, peças e livros dedicados inteiramente ao seu desvendamento.
"Mon âme a son secret, ma vie a son mystère,
Un amour eternel en un moment conçu;
Le mal est sans espoir, aussi j’ai dû le taire,
Et celle qui l’a fait n’en a jamais rien su.
Hélas! j’aurai passé près d’elle inaperçu
Toujours à ses côtés et pourtant solitaire;
Et j’aurai jusqu’au bout fait mon temps sur la terre
N’osant rien demander, et n’ayant rien reçu.
Pour elle, quoique Dieu l’ait faite douce et tendre,
Elle ira son chemin, distraite, et sans entendre
Ce murmure d’amour élevé sous ses pas;
À l’austère devoir pieusement fidèle,
Elle dira, lisant ces vers tout remplis d’elle,
"Quelle est donc cette femme?" et ne comprendra pas".
Félix Arvers.
Leia esta radução de
Francisco Miguel de Moura
Poeta brasileiro contemporâneo
Minha vida é mistério e na alma há um segredo
De amor eterno, num instante percebido,
Mal sem cura, do qual por meu medo duvido,
E ela, a causadora, nada sabe do enredo.
Ai! Eu passo por ela tão despercebido,
Sempre fico a seu lado e sempre solitário,
E farei até o fim, a morte em meu calvário,
Sem ousar pedir nada e nada hei recebido.
E a ela, que Deus fez distante, doce e pura,
Os sussurros de amor sobem até a altura
Dos passos no caminho e aonde quer que vá.
No austero mister, fiel e piamente bela,
Dirá lendo os meus versos, todos cheios dela,
“mas quem é essa moça?” E não compreenderá.
Meu segredo guardado a sete chaves
Dilacera este coração sensível
Voando sobre nuvens tal qual ave
Por causa de um amor inconcebível
Oh doce musa de meus devaneios
Que jamais percebe a minha presença
Busco com obsessão todos os meios
De lhe chamar a atenção e a sua anuência
Enquanto passa, segura de si
Aqui na tela do computador
Num desfile suavemente sensual
Sem ao menos respirar para mim
Sem se preocupar com a minha dor
Ah, quem será esta mulher virtual?
J Estanislau Filho.
* Este meu soneto foi Inspirado no soneto de Arvers: Alexis-Félix Arvers (Paris, 23 de julho de 1806 – Cézy, 7 de novembro de 1850) foi um poeta e dramaturgo francês, que ficou mundialmente conhecido por um soneto, o "Soneto de Arvers", o qual inspirou diversas traduções, peças e livros dedicados inteiramente ao seu desvendamento.
"Mon âme a son secret, ma vie a son mystère,
Un amour eternel en un moment conçu;
Le mal est sans espoir, aussi j’ai dû le taire,
Et celle qui l’a fait n’en a jamais rien su.
Hélas! j’aurai passé près d’elle inaperçu
Toujours à ses côtés et pourtant solitaire;
Et j’aurai jusqu’au bout fait mon temps sur la terre
N’osant rien demander, et n’ayant rien reçu.
Pour elle, quoique Dieu l’ait faite douce et tendre,
Elle ira son chemin, distraite, et sans entendre
Ce murmure d’amour élevé sous ses pas;
À l’austère devoir pieusement fidèle,
Elle dira, lisant ces vers tout remplis d’elle,
"Quelle est donc cette femme?" et ne comprendra pas".
Félix Arvers.
Leia esta radução de
Francisco Miguel de Moura
Poeta brasileiro contemporâneo
Minha vida é mistério e na alma há um segredo
De amor eterno, num instante percebido,
Mal sem cura, do qual por meu medo duvido,
E ela, a causadora, nada sabe do enredo.
Ai! Eu passo por ela tão despercebido,
Sempre fico a seu lado e sempre solitário,
E farei até o fim, a morte em meu calvário,
Sem ousar pedir nada e nada hei recebido.
E a ela, que Deus fez distante, doce e pura,
Os sussurros de amor sobem até a altura
Dos passos no caminho e aonde quer que vá.
No austero mister, fiel e piamente bela,
Dirá lendo os meus versos, todos cheios dela,
“mas quem é essa moça?” E não compreenderá.