MORTE ANUNCIADA
E numa despedida que alucina,
Orvalhando de dor o meu olhar,
Eu te vejo qual nave pequenina
A se perder no espaço devagar.
E, assim, prenunciando triste sina,
Em gemidos de dor, a soluçar,
Na palidez da tua face fina,
A morte se anuncia sem falar...
Teus olhos como estrelas se apagando,
Tão devagar, distantes vão ficando,
Como buscando luz entre as neblinas,
E se perdem no azul desse abissal,
Na escuridão soturna e irracional,
Querendo vislumbrar as mãos divinas...