MORTE ANUNCIADA

E numa despedida que alucina,

Orvalhando de dor o meu olhar,

Eu te vejo qual nave pequenina

A se perder no espaço devagar.

E, assim, prenunciando triste sina,

Em gemidos de dor, a soluçar,

Na palidez da tua face fina,

A morte se anuncia sem falar...

Teus olhos como estrelas se apagando,

Tão devagar, distantes vão ficando,

Como buscando luz entre as neblinas,

E se perdem no azul desse abissal,

Na escuridão soturna e irracional,

Querendo vislumbrar as mãos divinas...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 20/03/2016
Código do texto: T5579203
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