ALDEBARÃ
ALDEBARÃ
Quando de noite, à abóboda infinita,
Surges a guardar quanto se constela
Em Touro, que por seu olho revela
A estrela mais vermelha e mais bonita...
És aquela que há tempos se acredita
Que sobre teu poeta o sono vela.
Permite-me ao menos ser, imensa estrela,
Um planeta que ao largo te gravita.
Possa eu refletir os olhos teus
E, pela tua luz, luzir também
A ponto d'eu ser para ti alguém.
Ou senão, vem me dar o último adeus
E mais um beijo só de despedida
Para lembrar de ti por toda a vida.
Betim – 19 03 2016