Ao amigo morto
Hoje eu vi sua casa, sua rua
Seu jardim, e senti uma tristeza
Sem você, seu jardim não tem beleza
Sua casa, sem você não é mais sua
Da sua vida, dos seus gestos, sua nobreza
A lembrança da imagem perpetua
Tudo agora é que nem luar sem lua
Como um rio que perdeu a correnteza
Por que Deus, num gesto tão duramente
Lhe chamou, assim, prematuramente
Tirando-lhe do convívio aqui dos seus?
Deve ter enxergado a sua bondade
E quis logo gozar da sua amizade
Tenha paz e seja amigo de Deus.