O Espelho

Figura ralé, esfarrapada, cambaleante

Que o povo vê e desviando-se ignora

Foste eminente cidadão em outrora

Hoje serve de escárnio ao transeunte

Ser desprezível, marginal e indolente

Seu vício, é sua mácula denegridora

O medo o recato em sua face aflora

Tornando-a rubro imperceptivelmente

És pesado, triste e cruel o seu fadário

Tens de dia o sol e a noite o orvalho

Como proteção tem simples sudário

Que és o seu único, amigo e agasalho

O qual é para mim um anátema diário

Vejo-o quando olho-me no espelho!

18/03/2016

ILARIO MOREIRA
Enviado por ILARIO MOREIRA em 18/03/2016
Reeditado em 13/04/2016
Código do texto: T5577329
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