ENTREPOSTO

Quando o grito da esquina ecoar na escuridão

Voz dum corpo de menina combalido de ilusão!

Quando a mão do descaminho da decência destruída

Conduzir a humanidade qual bagagem apodrecida;

Quando o tempo for perdido nos palácios descabidos

Invadidos de inverdades de propósitos consonantes

Quando a troca de moeda for a vida ao desperdício!

Negociata em discursos de trapaças degradantes...

Quando o todo amanhecido despertar ao sol poente

Num horizonte de destinos renegados às tantas gentes...

Quando a dor-de tão pungente!- já nem mais fizer morada

Sob a lua, dissipada, nos destroços das calçadas;

Brilhará o discernimento ...quando a luz for o unguento!

Ao entreposto da desgraça de tantas vidas ao relento.