O Meu Primeiro Soneto
Metrificar, eu diria, é pôr rédeas na poesia,
Mas em nome da estética hoje aqui me domestico.
Então será petrarquiano o soneto deste dia.
São quinze sílabas por verso, eu mesmo me critico.
Veja só a inexperiência transbordar de minhas palavras.
Veja, em poema não há máscara pra disfarçar.
O crítico me leria, faria as suas bocas e caras,
Julgaria-me com sério desgosto, "Tu continua a tentar!"
Não é nada alexandrino, nem mesmo é algo heroico,
Não há nenhum eruditismo, ele nem é sáfico,
No máximo este poema é um parnasiano estreito.
Deve estar todo errado, primeira vez que metrifico,
O meu metalinguístico não é belo como um lírico.
Sabidamente mal feito, é meu primeiro soneto.
16/3/2016
17/3/2016