PÊNDULO

PÊNDULO

Com que compararei o homem, senão

A um corpo que, suspenso por um fio,

Oscila indo-e-vindo sob sombrio

Tatibitate d’um só coração?

A trajetória, não mais que emoção,

Que leva do mais calmo ao mais bravio.

Zunindo a sibilar, outro assovio

Urge antes que o silêncio seja. Ou não...

Pois, n’esse balançar repetitivo.

Compreende-se, portanto, que estar vivo,

Não é o que evolui, sim o que alterna.

Entre extremos, descreve seu amplo arco;

A ponto d'eu não ver se real abarco

A dor que me entretém e me consterna.

Betim - 05 09 2014