O silêncio
O silêncio me desperta,
Num grito ensurdecedor.
Da noite, o que me resta?
Senão o brio deste amor.
O seu choro me empresta,
Minha lagrima, minha dor.
Meu olhar como fresta
A banhar-se do teu fulgor.
O silêncio que escrevo,
Tira-me o grito da boca.
Se põe no que descrevo
Construído em noite tosca.
Esse silêncio a que me devo,
É mais que palavra pouca.