MAJNUN AD INFINITUM

Debalde, Majnun, debalde choravas

Pelos desertos, sarjetas e becos,

De chorar teus olhos, agora secos,

Inda não se viram nos da tua amada.

Em vão, Majnun, em vão chama seu nome,

A surdo ouvido, mil gritos não basta,

Sois de outro tempo, outra tribo, outra casta,

Com família de estranho sobrenome.

Morre, Majnun, morrer é tua alegria

À cova arrasta tua alma (descansá-la)

- Quem sabe se, por lá, ela o veria-.

Mas não vá com tua morte perturbá-la,

- A alma na cova, a amante, chamaria –

E antes que a chame, por favor, calai-a!

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 16/03/2016
Reeditado em 17/01/2017
Código do texto: T5575895
Classificação de conteúdo: seguro