ao sentir-te
~
sinto-te às vezes! sinto os dedos mornos
quais garças que flutuam pela matina
quando o mar vem beber à areia fina
e no horizonte reis ordenam fornos
longe, longe desfraldas a tu'ausência
mas eu sinto-te! e quero-te, nos braços
enleada, como sereias em sargaços!
numa mescla de pudores e inocência
sinto-te em cada onda bordando o cais
vestida por névoas, ou azul espuma
num vaivém que prende e não solta mais
assim, bela, maré, bela, que o sejas!..
sinto a brisa na tez tal fosse pluma
e o murmulho da boca com que beijas.
~