ao sentir-te

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sinto-te às vezes! sinto os dedos mornos

quais garças que flutuam pela matina

quando o mar vem beber à areia fina

e no horizonte reis ordenam fornos

longe, longe desfraldas a tu'ausência

mas eu sinto-te! e quero-te, nos braços

enleada, como sereias em sargaços!

numa mescla de pudores e inocência

sinto-te em cada onda bordando o cais

vestida por névoas, ou azul espuma

num vaivém que prende e não solta mais

assim, bela, maré, bela, que o sejas!..

sinto a brisa na tez tal fosse pluma

e o murmulho da boca com que beijas.

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Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 15/03/2016
Código do texto: T5574640
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