DESABAMENTO
A casa rui vazia, a rua, o mundo
desaba todo em cima da cabeça
e no íntimo dos íntimos, ao fundo,
penetra, em pedra, a mente em treva, opressa.
Os sentimentos firmes, duros aços
soterram-se à verdade na berlinda,
se quebram como vidro, em estilhaços,
e cada expectativa luz é finda.
Perante tudo em torno sob escombros
e a terra já pesando sobre os ombros,
procura o chão que os ontens devoravam.
E chora o tempo gasto em projetar-se
trocando dia a dia seu disfarce,
enquanto as trincas nalma se alastravam.