FEMININA
FEMININA
Saía correndo atrás de borboletas
Nas tardes de indistintos fevereiros.
O vestido estampado em jasmineiros
E tranças presas com fitas violetas.
Usava as suas luvas prediletas,
Aquelas que a beijar, os cavalheiros
Se inclinam com seus olhos sorrateiros
Para se lhe apertar as mãos inquietas.
As faces afogueadas, todavia,
Ainda são as mesmas com que um dia
Sorrira satisfeita aos bem-te-vis.
Menina crescida, ela me surpreende
Brincando de ser fada, gnomo, duende...
Feliz por se saber sempre feliz.
Betim – 15 03 2016