CALAMIDADE
CALAMIDADE
Enquanto a Ordem Social se desmorona,
Crianças e idosos vão morrendo à míngua...
Nos hospitais, não curam nem uma íngua!
E o povo à própria sorte se abandona.
Nas câmaras, discursam da poltrona
Com risco de morder a própria língua;
Porém, quando a paciência em todos míngua,
Conspiradores armam outra intentona.
Acossados ou omissos, os Poderes
Se entreacusam nas páginas de capa
E se cortejam, ávidos de haveres.
A única coisa que ora ao olhar escapa
É o que surgirá d'este sinistro,
Que desoladamente aqui registro.
Betim – 09 03 2016