A triste vida do poeta

Se o feroz galope do vil amante é pressa,

Eu desonro a fábula do amor próprio,

E, se o meu vil coração a minha mágoa cessa,

Eu busco uma morena dos trópicos...

Mas, se achar uma loira bonita que ame,

Outras lindas ainda hei de também achar,

Então que a linda e real cândida não me desame,

Pois muito amor ainda hei de lhe dar...

Se na vida eu amasse milhares de pares,

Não deixaria de amar unicamente a solidão

E seria feliz em minha mera ilusão...

Mas a vida cujo o fim é a sensação

De voltar o seu amor aos ares

É a vida que tu, musa, por tu me dares...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 13/03/2016
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