A triste vida do poeta
Se o feroz galope do vil amante é pressa,
Eu desonro a fábula do amor próprio,
E, se o meu vil coração a minha mágoa cessa,
Eu busco uma morena dos trópicos...
Mas, se achar uma loira bonita que ame,
Outras lindas ainda hei de também achar,
Então que a linda e real cândida não me desame,
Pois muito amor ainda hei de lhe dar...
Se na vida eu amasse milhares de pares,
Não deixaria de amar unicamente a solidão
E seria feliz em minha mera ilusão...
Mas a vida cujo o fim é a sensação
De voltar o seu amor aos ares
É a vida que tu, musa, por tu me dares...