O poema não cotidiano

O poema não cotidiano

Oh sofrimento cujo cotidiano apaga,

Labuta que finda sórdida e muda,

Desejo a linguagem que me afaga,

Um poesia que me toca surda...

Mas o meu cansaço é só mágoa,

Mágoa de uma vida não cotidiana,

Uma vida que de loucura s'enxágua,

E, em loucura, é mais humana..

Se a vida vier e levar-me,

Que eu alcance o Paraíso amoroso

E atinja a beleza dos ares...

Algo a vida tem para dar-me,

Algo do bom que é gostoso,

Algo que anda aos pares...

(Hugo Proença Simões)

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 12/03/2016
Código do texto: T5571786
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