Das feridas
E quem nunca as teve; quem não tem uma cicatriz?
É vida, todos nós somos portadores desses sinais,
Não vivemos simplesmente escapando por um triz,
Viver é um extremo; é desbravar a fundo os canais.
No obstante é apenas existir sem sentir-se e sentir,
Por mais indolentes que formos isso não é possível,
Ferimos, somos feridos, isso não tem como impedir,
A nossa ferida é nossa, simples assim, intransferível
Guardá-las é opção, não expô-las pode não ser bom,
São iguais as feridas da carne, cobri-las não melhora
É preciso respirar; tomar sol e necessita ficar de fora.
Precisa-se ter consciência delas e ouvi-las; tem som,
Extrair delas lições, falar a respeito, quiçá vire canção,
O tempo ameniza, ventos dissipam dores; cicatrização.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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