Das feridas

E quem nunca as teve; quem não tem uma cicatriz?

É vida, todos nós somos portadores desses sinais,

Não vivemos simplesmente escapando por um triz,

Viver é um extremo; é desbravar a fundo os canais.

No obstante é apenas existir sem sentir-se e sentir,

Por mais indolentes que formos isso não é possível,

Ferimos, somos feridos, isso não tem como impedir,

A nossa ferida é nossa, simples assim, intransferível

Guardá-las é opção, não expô-las pode não ser bom,

São iguais as feridas da carne, cobri-las não melhora

É preciso respirar; tomar sol e necessita ficar de fora.

Precisa-se ter consciência delas e ouvi-las; tem som,

Extrair delas lições, falar a respeito, quiçá vire canção,

O tempo ameniza, ventos dissipam dores; cicatrização.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 11/03/2016
Código do texto: T5570336
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