Os prantos do presente
Os raios dos luares, das estrelas,
riscam o universo, destemidos;
viajam por espaços esquecidos
e galáxias sabidas — podem lê-las.
Desta forma, a memória, essas janelas
que se abrem para os céus já conhecidos,
resgata esses momentos transcorridos.
Ó! Tempos de bonanças, de procelas!
Houve, sim, muitas penas no passado;
mas como o sal dissolve-se na água,
perdia-se o sofrer entre a alegria.
Mas hoje o mundo é torpe e celerado:
o sal que me era inócuo agora é mágoa,
profanou a doce água que eu bebia.