Os prantos do presente

Os raios dos luares, das estrelas,

riscam o universo, destemidos;

viajam por espaços esquecidos

e galáxias sabidas — podem lê-las.

Desta forma, a memória, essas janelas

que se abrem para os céus já conhecidos,

resgata esses momentos transcorridos.

Ó! Tempos de bonanças, de procelas!

Houve, sim, muitas penas no passado;

mas como o sal dissolve-se na água,

perdia-se o sofrer entre a alegria.

Mas hoje o mundo é torpe e celerado:

o sal que me era inócuo agora é mágoa,

profanou a doce água que eu bebia.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 10/03/2016
Reeditado em 11/03/2016
Código do texto: T5570073
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