O GRANDE NORTE

O GRANDE NORTE

Homens sem ilusões, sem esperanças,

Habitam esse mesmo lugar frio

Mais a norte do norte, onde o vazio

Da estepe se abre com suas andanças.

Alheios às estações e outras mudanças,

Sobem o vale inóspito do rio

Rumo à curva do vento, cujo assovio

Apaga d'alma as dores e as lembranças.

Querem só esquecer, esses errantes,

Para chegar ao fim, mas o quanto antes

E contemplar-se lá no extremo abismo.

E vão... Ciosos de sua vã jornada,

Que os leva tão esforçados pelo nada.

Sós, na imensidão plena do ostracismo.

Contagem - 14 09 2012