TALVEZ... UM DIA

Esvaece o crepúsculo... E a divina

Lua baila pomposa, céu afora.

Mas, no coração dele sopra, agora,

O vento da amargura. A dor domina.

Chega a inquietação. Vê a ruína

Do amor. A nostalgia vem... Devora

Sua alma. Tremente, aflito, chora.

Que saudade da boca purpurina!

Olhar sem brilho, acabrunhado,

Adormece e a luz fraca mostra o rosto

Lívido. Acorda e não a vê ao lado.

Sente falta do olor de sua tez.

O peito arfante geme de desgosto.

Ela, um dia, talvez volte. Talvez...

Carminha Ramos
Enviado por Carminha Ramos em 09/03/2016
Reeditado em 11/03/2016
Código do texto: T5569084
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