TALVEZ... UM DIA
Esvaece o crepúsculo... E a divina
Lua baila pomposa, céu afora.
Mas, no coração dele sopra, agora,
O vento da amargura. A dor domina.
Chega a inquietação. Vê a ruína
Do amor. A nostalgia vem... Devora
Sua alma. Tremente, aflito, chora.
Que saudade da boca purpurina!
Olhar sem brilho, acabrunhado,
Adormece e a luz fraca mostra o rosto
Lívido. Acorda e não a vê ao lado.
Sente falta do olor de sua tez.
O peito arfante geme de desgosto.
Ela, um dia, talvez volte. Talvez...