O mar da minha solidão madrasta
A mágoa cobre a imensa água feia
Durante o tempo já distante e frio,
E o sal desfeito pelo mal da ideia
Escrava da palavra de arrepio,
Que ofusca a luz da brusca e vã sereia,
Somente acesa e ilesa por um fio
De história na memória que escasseia
De um sonho tão medonho em desafio.
O meu olhar sustenta o ar escuro
Entre a paisagem desta imagem gasta
Na calma da alma sã que já procuro...
Um mundo negro e fundo só me basta
Para entender o meu sofrer de duro
Viver na solidão então madrasta!
Ângelo Augusto