NOITADA

NOITADA

Acordo e não me sinto. Não me movo.

Mal me lembro do qu’houve... Foi um pulo?...

Sim, mergulho no escuro se copulo

E me arrisco a águas mais rasas de novo.

Ânimo triste pós-coito: Eu demovo

Os amorosos por amaro e nulo.

Estou sem forças já!... Eu capitulo.

Entregando-me à festa d’alheio povo:

-- “Boa noite, meu rei!” -- Riam de troça.

Jogaram-me na noite para cair

E reter à testa uma estranha bossa.

Dormiria horas e horas a seguir,

Sonhando a vida d’outrem que reclamo...

Acordo e não me sinto. Não mais amo.

Betim - 09 04 2011