Soneto da liberdade
Contaminado pelo turbilhão da massa podre
Castelos assombrados tudo muito à surdina.
Cheiram a lama fétida, enxofre e amônia.
Às margens do rio, espero um novo dia.
Travessia noturna, nevoeiro espesso.
Marcham as massas hesitantes sob o olhar do opressor
Cega seus destinos em labirinto sem fim
No negro muro, o alvo da liberdade trama.
Tantos algozes vorazes que gritam.
Jararaca, que o medo espalha.
Impõe e escraviza o honrado e o digno.
Vivendo oprimida a massa caminha
O poder dos brutos fere e domina
No peito que arde devaneia a poesia.