ESCRITOS NA PEDRA

ESCRITOS NA PEDRA

De tudo o que escrevi, deixo ao infinito

Um verso ao menos por ser entendido

E erroneamente lido e traduzido

De língua morta n'um negro granito.

N'aquela penha! Imenso monolito...

A quem interessar possa o tempo ido,

Ignorando quem quer eu tenha sido,

A ver tão-somente algo manuscrito.

E, milênios após, tais caracteres

Aventuras, amores e mulheres

De quem esteve ali em suas voltas

Contem ainda d'um poeta d’antanho.

Para que quem os ler, achando estranho,

Inspirar novas vidas e revoltas!

Belo Horizonte – 10 10 2001