MUITÍSSIMO

MUITÍSSIMO

Às vezes lhe pergunto se ela me ama:

“Muito”. Diz. -- “Muito pouco ou muito muito?” --

Insisto. Ao que ela explode: -- “Com que intuito

Mais uma inquisição de melodrama?!”

Mas se destemperada ela se inflama,

Diante d’um diálogo tão fortuito,

Eu sequer cuido se é ou não gratuito

Seu ar de ofendida e altiva dama...

-- Muitíssimo!!! -- responde enfim, ambígua,

Encerrando com frase tão exígua

Um vão de intensidade e quantidade.

Pois, algo que diz tudo, nada diz.

Devo aceitar, julgar-me bem feliz,

Sem ter-lhe a verdadeira e vã verdade...

Betim - 12 06 2013