Caixeiro-viajante
Caminhos sem um curso definido
Um terno de ar sério, solitário
Sapatos de um preto bem tingido
Nas mãos só o amor de relicário.
Lá vem passando... Fito-o sem seu lar!
Por que tens pressa? Foges, não te ouço!
Vais calado, és só o meio do esboço
Com versos sem o rosto perfilar.
Dizem ser bom viver assim na rua
Caixeiro-viajante traz a tua
Solidão para a noite repartir
Com outra, que também é tua e deixa
Nas dores já cansadas outra queixa
Às ruas que te esquecem ao dormir.
7.07.2007