Caixeiro-viajante

Caminhos sem um curso definido

Um terno de ar sério, solitário

Sapatos de um preto bem tingido

Nas mãos só o amor de relicário.

Lá vem passando... Fito-o sem seu lar!

Por que tens pressa? Foges, não te ouço!

Vais calado, és só o meio do esboço

Com versos sem o rosto perfilar.

Dizem ser bom viver assim na rua

Caixeiro-viajante traz a tua

Solidão para a noite repartir

Com outra, que também é tua e deixa

Nas dores já cansadas outra queixa

Às ruas que te esquecem ao dormir.

7.07.2007

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 07/07/2007
Reeditado em 12/07/2008
Código do texto: T556196
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