ESCRAVO DESGRAÇADO
Descalço, cabisbaixo, com fome e desnutrido
Tinha por vestes trapos e por bônus o penar
Ofício atroz suas parcas forças iriam minar
O dia era o sofrer a noite o terror desmedido
A solidão, o banzo o mantinha entorpecido
Era uma forma do corpo os horrores emanar
Na senzala fétida, seus sonhos iriam drenar
As sevícias diárias, insanas por ele sofrido
O seu opressor era alvo, europeu, Cristão
Que cumpria com seu dever sacrossanto
Sacerdotes indolentes pediam a exaustão
O dízimo da Igreja, a parte do que é santo
A moral Cristã é um refúgio para charlatão
Por que Cristo não protegeu-os no seu manto?
02/03/2016