ESCRAVO DESGRAÇADO

Descalço, cabisbaixo, com fome e desnutrido

Tinha por vestes trapos e por bônus o penar

Ofício atroz suas parcas forças iriam minar

O dia era o sofrer a noite o terror desmedido

A solidão, o banzo o mantinha entorpecido

Era uma forma do corpo os horrores emanar

Na senzala fétida, seus sonhos iriam drenar

As sevícias diárias, insanas por ele sofrido

O seu opressor era alvo, europeu, Cristão

Que cumpria com seu dever sacrossanto

Sacerdotes indolentes pediam a exaustão

O dízimo da Igreja, a parte do que é santo

A moral Cristã é um refúgio para charlatão

Por que Cristo não protegeu-os no seu manto?

02/03/2016

ILARIO MOREIRA
Enviado por ILARIO MOREIRA em 02/03/2016
Código do texto: T5561686
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