Soneto duplo.
Já pensei no que penso, fico penso e adormeço
peço o tempo que sobra para fazer mais poesias
vi o veneno, era a cobra; Eva há tempos até dizia
bate Deus que eu mereço tudo questão de apreço.
Viva a vida! Desde Adão vimos os muitos tropeços
o povo perdeu endereço o que nos dirá meu soneto?
Como encontar solução? Pode o branco e ou preto
virar e ligeiro do avesso o que no papel te ofereço
E sigo em versos sadíos e mar eu rimo com o rio
não em termos arredíos o coração tristonho vazio
vendo a poesia ir liberta não se aperta, vai avança.
Qual pintor pinta sua tela poeta tem caneta e papel
a palavra se finge de bela passeando estrelas e céu
de forma simples, esperta. Arte, bicho que não cansa.
Josérobertopalácio